Concurso para o Centro Escolar da Gafanha da Boa Hora
Vagos, Portugal
Um terreno pequeno para uma escola com uma área razoável; 7700 m2 e um edifício com uma área bruta de 3182 m2.
A forma do lote não é a mais interessante; irregular e sem alinhamentos fortes para “agarrar” um edifício, apenas uma diferença de cotas, a nascente, serviu de ponto de partida para a solução proposta.
O limite definido pelo Plano, é pouco mais da área bruta do edifício, por isso, ao construir um edifício de um só piso, pouco ou nada restava para o restante programa; campo de jogos, recreio coberto, parque de estacionamento, horta pedagógica, etc.
Assim, pareceu-nos inevitável uma solução de dois pisos.
Ancorado a Sul, junto ao cemitério, o edifício aparece-nos como uma “serpente” que se estende ao longo do terreno, torcendo segundo os limites do lote, desenhando ao longo do edifício vários espaços exteriores, quer a Norte, quer a Sul.
O edifício proposto apresenta dois pisos, mas ao longo do terreno vai perdendo altura, transformando-se apenas num edifício de um piso, e já na extremidade mais a Nascente, “desaparece” completamente, onde a platibanda transforma-se em guarda, dando origem ao recinto para o campo de jogos.
No cunhal poente do lote, criamos a zona de entrada para o recinto escolar e no cunhal oposto localiza-se o estacionamento; aproveitando um local onde a irregularidade do terreno era mais visível.
O edifício proposto desenvolve-se no sentido Nascente/Poente, voltado as salas de aula e todo o restante programa para Sul. O edifício é composto por três alas bem definidas.
Assim, no piso 0, localizam-se todas as áreas mais públicas, como o ginásio, refeitório, biblioteca, sala polivalente, e o ensino pré-escolar.
Ainda no piso 0, ao centro do edifício, aproveitando o ângulo da torção, situa-se a Entrada, com um acesso franco pelo recreio. O Átrio, localizado na zona central, tem acesso quer de Sul, quer de Norte, minimizando deste modo o percurso dos alunos. Ao centro localizam-se os acessos verticais, escadas e elevador, reduzindo os corredores percorridos pelos alunos e professores.
Para Nascente localiza-se a biblioteca e na extremidade localiza-se o ginásio. Ao centro do edifício situam-se os diversos programas mais “públicos”; refeitório, sala polivalente, Salas de ATL e CAF, etc.
Localizado numa área junto ao arruamento, situa-se a cozinha, o que facilita o acesso a cargas e descargas sem interferir com a vivência dos alunos no exterior. Na área mais a nascente optámos por localizar o ensino pré-escolar, conseguindo desta forma um maior distanciamento dos alunos do ensino básico. Com as salas de actividade voltadas a Sul, permitindo um maior aproveitamento solar, estas possuem acesso directo ao recreio destinado aos alunos mais novos, distante das restantes actividades exteriores do ensino básico.
No piso superior localizam-se todas as actividades do 1º Ensino Básico. Servidas por um corredor, as salas de aula voltadas para Sul, abrem-se sempre para pátios exteriores. Esses pátios localizam-se sempre entre duas salas, formando 4 conjuntos, um destinado à 1ª classe, um outro à 2ª, e assim sucessivamente., Nos topos nos pátios localizam-se os espaços de expressão plástica, permitindo deste modo, o aproveitamento de um único espaço para cada duas salas de aula. A solução adoptada permite um convívio maior entre duas turmas do mesmo ano.
Do mesmo o modo, o pátio funciona como espaço de recreio para alunos da mesma idade.
A iluminação é sempre garantida em todos os espaços, inclusive nos corredores, onde pontualmente, grandes panos envidraçados “abrem-se” para os pátios.
Os pátios, uns de forma rectangular e outros, na zona das torções, com formas mais irregulares, são pintados em diferentes cores e as paredes revestidas com vegetação, de modo a permitir diferentes dinâmicas nos distintos pátios.
Neste piso, na extremidade mais a Nascente localiza-se uma saída para o exterior, com acesso directo ao Recreio e ao Campo de Jogos.
A opção por um edifício de dois pisos, garante assim, acessos directos para o exterior, quer ao nível do Piso 0, quer Piso 1.
Relativamente ao Plano apresentado, e dada a largura dos passeios propostos, sugerimos que o estacionamento que se encontra desenhado paralelamente à rua, se desenvolva perpendicularmente, pois deste modo seriam criados o dobro dos lugares e assim o recinto escolar ganharia mais área para espaços verdes e recreio.