Pavilhão Multiusos do Campo do Cevadeiro
Vila Franca de Xira, Portugal
Quem percorrer o Parque Urbano de Vila Franca de Xira no sentido Norte-Sul, encontrará um edifício cuja mais valia não é a sofisticação da forma nem do sistema construtivo, “I’m a monument”. Programa e a relação com o rio Tejo foram as premissas sempre presentes no projecto. De 3 pisos, ligados por suaves rampas, o edifício defende a continuidade espacial e privilegia a relação com o rio. O espaço aberto que a estrutura permite, caracteriza o edifício como uma grande sala de convívio, aberta para o exterior. O betão utilizado, não sendo a solução mais económica, permite “encontrar meios de expressão artística, lançando mão da estrutura do edifício, sua parte mais digna. A estrutura, para o arquitecto, não deve desempenhar o papel humilde de esqueleto, mas exprimir a graça que os novos materiais permitem dominar as formas cósmicas, com a elegância de maiores vãos, de formas leves”, Vilanova Artigas.
Em conclusão, procuramos construir uma parte da cidade em que os fragmentos existentes, a praça de touros, o parque urbano, o campo de futebol e o novo edifício, tivessem um sentido e escala entre eles.
Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha, são referências que fomos descobrindo e não quisemos rejeitar.
A análise de outros edifícios com as mesmas funções serviu de base para o dimensionamento e localização do distinto programa.
Relativamente aos acessos ao edifício, localizamos a Poente, todas as entradas de serviço: acesso de cargas e descargas, acesso à cozinha e inst. sanitárias. Virada para o rio Tejo, e como remate do parque urbano localiza-se a entrada principal do edifício.
A nível programático o edifício desenvolve-se em 3 pisos: piso 0, de entrada, localiza-se a grande sala multiusos, arrecadações, balneários, serviços administrativos, bar, cozinha e as “barraquinhas”. No piso 1 localizamos áreas técnicas, cabina de som, inst. sanitárias e mais um bar de apoio, com acesso à cozinha. No piso 3, uma grande praça à cota elevada permite uma vista privilegiada sobre o rio.
Relativamente à exploração e conservação do edifico, o betão aparente confere ao edifício grande longevidade. No que diz respeito à exploração, o bar autónomo no piso 1 e as rampas exteriores de acesso a todos os pisos, permitem uma enorme flexibilidade a nível de exploração, autonomizando o interior do exterior.