Casa No Magoito
1.
A casa pretende-se adossada, reconhecendo os limites, quer do lote, quer do território explícito, pretende-se interpretá-los e, em simultâneo, responder ao programa doméstico e à implícita materialidade. Pétrea, a casa distende-se e redesenha esses limites, emergindo da natureza da terra e submergindo a voracidade de elementos e território.
2.
A sua organização é resultado deste processo de dupla procura. Por um lado, a distensão permite um grande pátio central aberto a sul, adossado e abrigado, centro de toda a vida doméstica: a partir da estrada, esse pátio polariza o programa em três áreas consequentes - recepção pátio/observatório, zona de quartos e zona íntima mediadas pelas áreas públicas (pátios, salas e cozinha).
Por outro, pretende-se um vulto jacente na terra, com ritmos distintos de apropriação marítima: aberta desde o acesso, condicionada no pátio e, desde aí, em controlada redescoberta. Algumas excepções locais acentuam a intriga - muros, canaviais, pinheiros e a luz é esclarecedora.
3.
O Jardim, espaço exterior de permanência, pequena porção artificial de natureza contida entre muros. Redefine-se a topografia, desenha-se uma piscina como se de uma deformação do território se tratasse.
4.
Os patios, definir espaços de permanência exteriores para alêm dos espaços da casa, caixas de reflexão de luz, caixas de protecção a um exterior ventoso.
5.
Muros e casa são indissociáveis, uma estrutura única que contém todos os espaços de habitar. Oresto do lote permanece inalterado pretende-se que faça parte da paisagem para onde se olha.
6.
Um único material constrói muros e exterior da casa, betão aparente. pretende-se um volume monolítico que emerge do terreno e se solta na extermidade norte.
7.
Este volume é escavado para deixar chegar a luz ao seu miolo. No interior os espaços são revestidos com matérias lisas e quentes que retêm e reflectem a luz e criam a possibilidade de habitar este território.