Pavilhão do Vulcanismo
São Vicente situa-se na vertente norte da ilha da Madeira, desenhando a sua ocupação ao longo de um extenso vale, direccionado ao mar. Um vale que representa um autêntico museu natural vivo da ilha e das suas particularidades mais intrínsecas.
Num lugar de baixa incidência solar e recatado na encosta oeste deste vale, uma fajã de campos agrícolas ribeirinhos confronta-se com uma escarpa acentuada, pontuada por pequenas construções e muros de suporte em basalto.
Perante a proximidade às grutas de São Vicente e a vontade em sintetizar num edifício todo o potencial natural e turístico deste vale surgiu o mote para o criação deste programa, que representa uma experiência didáctica do conhecimento da origem da ilha.
Constrói-se um diedro em basalto que se adossa à montanha e nela se dilui, recolhendo a água, numa atitude próxima aos muros em pedra arrumada e aos tanques de reserva de água muito usados na agricultura. Recebe a água na cobertura e transforma-a em espelho de água, ampliando a força da vegetação densa da montanha, e encaminha-a ao longo do jardim por um conjunto de canais semelhantes às “levadas”, um sistema de transporte de água muito marcante neste território insular.
A sua forma vence a grande diferença de cotas existentes no local, recebendo os visitantes do interior das grutas e encaminhando-os por uma longa escada-rampeada paralela ao espelho de água, que inicia a entrada neste edifício-percurso, que remete para a história vulcânica da ilha. Procurou-se desenhar uma viagem intensa de penetração na terra, com espaços confortáveis que pudessem receber os conteúdos expositivos, que se sabia previamente que seriam remetidos para uma outra equipa.
Culmina-se todo este percurso didáctico com o jardim com tipos de vegetação que vão de encontro à intenção de conhecimento do vulcanismo. Sobre o jardim serpenteia em suspensão um estrado de madeira, onde o visitante se depara com a sonoridade da água e a presença imponente da escarpa.